sem massa nem volume constantes e portanto, com densidade variável ando por aí a ocupar intersticios diversos, sem cuidado, a construir novos mundos só meus e teus, ou nossos. mundos esses que rapidamente são destruídos. impossível manter qualquer tipo de estabilidade enquanto caminhamos na escuridão da sociedade de omissões, mentiras ou imprecisões. o piso é irregular: caímos, tropeçamos enquanto subimos, voltamos a cair. sim, verdade, todos os universos tendem para um qualquer tipo de equilíbrio e, no nosso caso, contribuímos deixando que a gravidade nos atire ao chão.
(mas, bem sabes, eu nunca pedi para nascer, muito menos para viver. e, no fundo, tu bem me entendes, tudo isto é uma merda.)
somos escravos do tempo cíclico; as semanas da rotina voltaram. estás bem porque não podes estar mal, nem sequer tens tempo para estar mal. acredita, está tudo bem. concentra-te, canaliza o pensamento para o concreto e abstrai-te de tudo o resto. re(encontrei-te), foda-se, voltou o estado de dormência...
e aqui estamos, perdidos, no mundo novo, a seguir o que é considerado ser normal, mas não propriamente o que é suposto ou necessário, porque bem, isso nem sequer existe. mas, afinal, porque nos estamos a sentir perdidos? isso talvez seja por não termos a consciência ou qualquer noção da grandeza do nosso caminho, por não sabermos verdadeiramente calcular a primitiva da nossa vida. e, se assim é, também não saberemos para o que tendemos. qual é a nossa origem? haverá no nosso caminho uma verdadeira assimptota que nos diga qual é o nosso fim? horizontal poder-nos-à transmitir resignação, passividade ou, por outro lado, vertical, indicadora de um crescendo que termina inevitavelmente na morte. e se de facto o nosso futuro pode ser expresso por uma função matemática? imagina, estaríamos perfeitamente aptos a conhecer os nossos limites e as nossas capacidades em determinado instante.
(sinto o teu suspiro junto às minhas veias do pescoço. sim, tens razão, eu não quero pensar mais, mas -)
acho que o problema maior é que nunca, nada, chega para ficar permanentemente ou, se por outro lado, as coisas apontam para isso, somos os primeiros a estragar tudo, seja o que for, por medo, mas vangloriamo-nos como se estivéssemos no controlo. idiotas. o problema está nas certezas e nas dúvidas. o problema está em tudo, achar em tudo está o problema, nem tudo achar o problema e em achar que tudo é problema. o que se viveu, o que não se viveu. pensar.
(tu insistes: já chega, por favor, anda comigo, vamos dormir. mas eu não me deixo levar por ti, és só a segunda voz que ecoa na minha cabeça, pela qual eu imploro realidade. não, ainda é cedo e as insónias voltaram.)
um dia fizeste-me acreditar em amor, em sobreposição (até mesmo que sabia o seu significado). dias mais tarde entendi que nada entendia, porque nunca o senti na pele, o calor por ele proporcionado (ou pelo menos como eu o edifico). acreditei então na indiferença. finalmente atribui a devida ênfase ao narcisismo, esse elemento dotado de uma imensa electronegatividade capaz de gerar todos os dipólos por ele pretendidos. ele nasce connosco, morre connosco. toda a ideia de dar é ridícula. não passa de uma ilusão criada por nós, para não nos sentirmos sós, enquanto andamos por aí a pairar, na nossa forma gasosa, estabelecendo frágeis ligações que quebram perante qualquer força resistente.
(e voltas a intervir: toma atenção, não acreditas em nada daquilo que estás a dizer. releio. merda, claro que não. sinto falta de tudo, só isso. e mais, nem todos somos feitos da mesma matéria, isso é tudo bullshit. nós sabemos disso, porque somos mais fracos. e neste momento tiras os óculos e olhas-me nos olhos como mais ninguém o faz, escorrem lágrimas no teu rosto e eu continuo: isto nunca irá passar, não é verdade? mexes os lábios sem emitir qualquer som, mas eu leio um não em toda a tua expressão facial. abraças-me.)
tenho saudades tuas.
somos escravos do tempo cíclico; as semanas da rotina voltaram. estás bem porque não podes estar mal, nem sequer tens tempo para estar mal. acredita, está tudo bem. concentra-te, canaliza o pensamento para o concreto e abstrai-te de tudo o resto. re(encontrei-te), foda-se, voltou o estado de dormência...
e aqui estamos, perdidos, no mundo novo, a seguir o que é considerado ser normal, mas não propriamente o que é suposto ou necessário, porque bem, isso nem sequer existe. mas, afinal, porque nos estamos a sentir perdidos? isso talvez seja por não termos a consciência ou qualquer noção da grandeza do nosso caminho, por não sabermos verdadeiramente calcular a primitiva da nossa vida. e, se assim é, também não saberemos para o que tendemos. qual é a nossa origem? haverá no nosso caminho uma verdadeira assimptota que nos diga qual é o nosso fim? horizontal poder-nos-à transmitir resignação, passividade ou, por outro lado, vertical, indicadora de um crescendo que termina inevitavelmente na morte. e se de facto o nosso futuro pode ser expresso por uma função matemática? imagina, estaríamos perfeitamente aptos a conhecer os nossos limites e as nossas capacidades em determinado instante.
(sinto o teu suspiro junto às minhas veias do pescoço. sim, tens razão, eu não quero pensar mais, mas -)
acho que o problema maior é que nunca, nada, chega para ficar permanentemente ou, se por outro lado, as coisas apontam para isso, somos os primeiros a estragar tudo, seja o que for, por medo, mas vangloriamo-nos como se estivéssemos no controlo. idiotas. o problema está nas certezas e nas dúvidas. o problema está em tudo, achar em tudo está o problema, nem tudo achar o problema e em achar que tudo é problema. o que se viveu, o que não se viveu. pensar.
(tu insistes: já chega, por favor, anda comigo, vamos dormir. mas eu não me deixo levar por ti, és só a segunda voz que ecoa na minha cabeça, pela qual eu imploro realidade. não, ainda é cedo e as insónias voltaram.)
um dia fizeste-me acreditar em amor, em sobreposição (até mesmo que sabia o seu significado). dias mais tarde entendi que nada entendia, porque nunca o senti na pele, o calor por ele proporcionado (ou pelo menos como eu o edifico). acreditei então na indiferença. finalmente atribui a devida ênfase ao narcisismo, esse elemento dotado de uma imensa electronegatividade capaz de gerar todos os dipólos por ele pretendidos. ele nasce connosco, morre connosco. toda a ideia de dar é ridícula. não passa de uma ilusão criada por nós, para não nos sentirmos sós, enquanto andamos por aí a pairar, na nossa forma gasosa, estabelecendo frágeis ligações que quebram perante qualquer força resistente.
(e voltas a intervir: toma atenção, não acreditas em nada daquilo que estás a dizer. releio. merda, claro que não. sinto falta de tudo, só isso. e mais, nem todos somos feitos da mesma matéria, isso é tudo bullshit. nós sabemos disso, porque somos mais fracos. e neste momento tiras os óculos e olhas-me nos olhos como mais ninguém o faz, escorrem lágrimas no teu rosto e eu continuo: isto nunca irá passar, não é verdade? mexes os lábios sem emitir qualquer som, mas eu leio um não em toda a tua expressão facial. abraças-me.)
tenho saudades tuas.
para teres fotos lhindas? <3
ResponderEliminar