1 de setembro de 2015

sou crente numa promessa que nunca me foi feita. nem mesmo os teus olhos foram capazes de a fazer.
sou crente numa promessa que não desejo inteiramente. nem mesmo a minha mente me deixa acreditar.
sou crente num desejo que nunca deveria existir.
há uma luz que procuro. na verdade, já a encontrei. é uma luz que me resiste. é uma luz que me cativa.

é uma luz que não ambiciona ser lua. eu não faço caso. sou crente na minha capacidade de transformar intensidades; as minhas retinas são também capazes de se adaptar.
não vou negar. sei que caminho por lugares sombrios. não tenho medo da morte, porque teria medo do escuro? sou consciente da existência de irregularidades no meu caminho. já tropecei. já caí. e até hoje, sempre me levantei. as cicatrizes ficam, somente para me relembrar do caminho que por onde já passei.
vem até mim. incendeia-te comigo. criaremos labaredas no nosso mundo imaginado. prometo que a luz não irá faltar, o calor não irá escassear. deixa-te ficar.
e se algum dia a direcção do vento mudar, protege o teu brilho, segue com a brisa. eu nada farei para o apagar.
mas até lá, deixa-te ficar.
por tudo, sou crente numa realidade distante mas que, em todo o caso, me faz sentir; que me alimenta de abraços e palavras que eu nunca julguei ser capaz de ouvir.

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