Quem és? O teu auto-conhecimento faz parte de ti?
O que fazemos aqui, na verdade?
Será esta busca de significado tão relevante assim?
Cada vez mais acredito que a dita hierarquia de necessidades de Maslow é uma crença de primeiro mundo, como lhe chamam. Ao primeiro contacto com este conceito, senti as peças do puzzle a juntarem-se e que me encontrava um passo mais perto de uma qualquer verdade. Ultimamente, tenho sentido grandes dificuldades em encontrar lógica para as categorias pela qual se subdivide: Fisiologia, Segurança, Amor/Relacionamento, Estima e Realização Pessoal.
Pensemos num caso concreto. Os países que teimamos em chamar de terceiro mundo. Onde há carências alimentares. Onde se caminham quilómetros por água potável. Onde se corre o risco de problemas por trabalho infantil, quando o dinheiro das garrafas de plástico vendidas a peso serve apenas para mais um dia de escola. Onde de um corte, se corta um pé e futuramente uma perna. Assume-se que as duas primeiras categorias que sustentam a base da pirâmide estão por satisfazer o que impossibilita ou pelo menos dificulta prosseguir com a hierarquia.
De onde surge, então, a capacidade inesgotável de amar aqueles que os rodeiam e de se protegerem uns aos outros?
De onde surge, então, a espontaneidade de um abraço sentido, de um sorriso do tamanho do mundo ou de uma lágrima de agradecimento?
De onde surge, então, a confiança, a conquista e a resiliência de percorrer quilómetros para comer ou ir à escola?
De onde surge o Homem?
Talvez seja uma falácia, talvez esteja a generalizar, de certeza que sim. E, no entanto, é uma realidade em tantos sítios.
Porque é que a sociedade, a civilização, o dinheiro e uma suposta educação vêm acompanhadas da mesquinhez que caracteriza o primeiro mundo? Como nos poderemos considerar primeiro mundo sequer, quando não é aqui que se encontra a Humanidade.
O mundo é tão pequeno e eu sei tão pouco. Eu não sei nada.
Quanto mais procuro, menos encontro.
Somos escravos do nosso egoísmo quando nos voltamos para dentro de nós à procura de respostas, quando existem tantas fora da nossa bolha de ilusão.
Sou parte do problema. Todas as noites em que adormeço entre a espada e a parede. Todas as noites que adormeço a desejar o teu calor. Todas as noites. E dias. E também quando julgo ser um problema.
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