1 de março de 2016

por entre
a relatividade do tempo,
uma vez que o presente
e o passado próximo são 
sempre
mais duradouros
que o passado longínquo
(meramente por erros de
percepção),
há muito que
sei bem o que quero.
e, no entretanto, 
pelo caminho
tropeço,
em contratempos,
irrelevantes e
desespero. 

por entre
a precisão do tempo,
uma vez que o presente
é sempre contado
da mesma forma
que o passado
(meramente por erros de
convenção),
há muito que
sei o que não quero.
e, no entretanto, 
pelo caminho
tropeço,
em contratempos,
relevantes e 
desespero.

por entre
a estaticidade do tempo,
uma vez que o presente
em nada difere
daquilo que um dia julgámos ser
o passado
(meramente por erros de
sensibilidade),
há muito que
sei quem sou.

por entre
a inexistência do tempo,
uma vez que o presente
está, de certa forma, 
no mesmo ponto
que o passado
(meramente por erros
de realidade),
há muito que
conheço o vazio.

e,
no entretanto,
por vezes, existo,
mas raramente
chego a 
ser.

eu.

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