8 de agosto de 2017

há 23 anos não digo,
mas desde da altura em que
tomei consciência da individualização do eu
(tão pequeno e difuso),
no meio deste bacanal de vivências irrisórias
(tão grande e confuso),
comecei a reter memórias
(que foi tarde e que foram poucas),
a perspectivar e a sonhar
um futuro a médio-longo prazo
(que foi cedo e que foram muitos),
me contassem que ao dia de hoje
que viveria este momento exato
talvez não acreditasse,
mas hoje,
as poucas memórias,
jazem longe, por entre o 115 e o 3-B
e, eu, de maneira nenhuma,
perspectivo ou sonho
onde enterrar o futuro incerto
de uma consciência céptica e descrente

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