10 de julho de 2020

em toda a aparente volatilidadeexiste uma persistência latente
cujo potencial depende do magnetismo,
da dança, do ritmo e da sonoridade,
que consolidam o desejo crescente
onde atua o fado e o seu obscurantismo.

em qualquer aparente aleatoriedade
existe uma organização de fundo
cujo o nosso entendimento não alcança.
uma mui sui generis realidade
que constitui o mundo
no qual cada um de nós é ponta de lança.

(e eu pergunto)

quanto tempo tem o tempo para que tenha passado o tempo certo.
quanto tempo tem o tempo para que tu sintas que tiveste tempo para ultrapassar o tempo que viveste.
quanto tempo tem o tempo para que o tempo que perdes a caminhar o passado não seja em vão.
quanto tempo tem o tempo para permitires que o teu tempo seja apenas cansaço.
quanto tempo tem o tempo para que continues a acreditar que não é tempo de seres feliz.
quanto tempo tem o tempo para finalmente saberes que é tempo de viver.

(respiro fundo e penso no espaço)

afinal, quanta distância é necessária para que não estejamos reunidos no mesmo espaço.
a relatividade responde-me:
“talvez somente a de um bagaço”

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