22 de junho de 2012

anda, é agora, este é o momento pelo qual julgas sempre ter esperado. decide-te. tens de fazer alguma coisa com a tua vida e sair do limbo que tu autonomamente criaste. achavas que ia ser fácil? dezoito anos passaram e sempre soubeste que a justiça é apenas uma ilusão e que o falhanço, esse sim, é bem real. fecha os olhos, sente-o. acorda, renasce. aprende que a vida não é feita de meios-momentos, meios-objectivos ou meias-conquistas. ou consegues tudo aquilo que anseias ou então não consegues nada. porque a vida é um todo: ou é boa ou má. esquece o grande plano ou o pequeno porque há só um. sente a intima desilusão provocada pela tua maneira de ver as coisas, dos objectivos por ti impostos, das inúteis expectativas. tentaste, esforçaste-te? não foi o suficiente, não chegou; não mereces nada do que tens, estás a ter aquilo que mereces. esquece tudo. achas que desta vez consegues fazer algo que realmente desejas? então anda, pega na tesoura e corta tudo, todos os fios que ainda te mantêm em suspenso. desliga-te de tudo: queima os papéis, apaga as mensagens, atira o computador ao chão. está de volta, não está? o vazio que tanto tentas preencher, ele não está em nada cheio. atenta para o facto: o teu corpo é todo ele formado por ínfimas partículas, átomos, que se intersectam com o vazio. e, bem, toda a gente sabe que o que quer que seja que tentes intersectar com o vazio, continua a ser vazio. mas pronto, aprende a viver com ele, no fundo, é e será a única coisa que te acompanha para todo o lado. não dizes nada? pois, também as palavras te escaparam e tudo aquilo que dizes perdeu à priori todo o significado. é por isso que afastas tudo aquilo que respira de ti, é por isso que nunca sentirás o calor de outro corpo a irradiar o teu. na verdade, és só mais um mísero ser no meio de tantos outros a tentar sobreviver sem saber porquê ou de quê, mas ao menos isso tu já sabes. e bem, mais nada te digo porque, contigo, nem vale a pena.

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