"estou na cama, mergulhado na doçura de um semissono. às seis horas, depois do primeiro e leve despertar, estendo a mão para o pequeno transístor poisado perto da minha almofada e carrego no botão. ouço as noticias da manhã, quase sem distinguir as palavras, e adormeço de novo, enquanto as frases que ouço se vão transformando em sonhos. é a fase mais bela do sono, o momento mais delicioso do dia: graças à rádio, saboreio os meus perpétuos despertares e adormecimentos, essa oscilação soberba entre a vigília e o sono, esse movimento que por si só me livra do desgosto de ter nascido."
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