29 de julho de 2012

incomensurabilidade

o paradigma mudou. agora, o espaço que separa os nossos corpos diminuiu, as nossas mentes encontram-se à mesma frequência: ≪o que é que queres de mim? verdade com todas as suas inconveniências ou a felicidade incondicional e, muito provavelmente, inexistente?≫ fazes má cara, ambos abominamos a segunda hipótese, sabemos que não é real. a tua expressão facial deixa de parte a necessidade das palavras e é então que eu continuo:
- mas o que vamos fazer quando eu te magoar?
- não me vais magoar - respondes, evitando a inevitável racionalização.
- pára, com isso - peço-te - sabes bem do que falo, sabes bem do que é que somos capazes, ou se calhar até não, é esse o problema. o que fazemos quando eu não for suficiente para ti?
- no dia em que o nosso silêncio não chegar para nos reconfortar?
- exactamente.
- subtilmente, estará sempre uma parte minha contigo a empurrar-te para fora do buraco e vice-versa, enquanto os nossos pólos se repelem.
e é assim, que partiremos da vasta ilusão, para a realidade-crua. é assim que lembraremos cada lágrima, cada abraço, cada morte, com toda a intensidade que os nossos nervos sensitivos conseguem absorver. até que um dia... 

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