22 de novembro de 2015

é um erro comum pensar
que
aqueles que choram
são os únicos a sentir.
é um erro comum chorar
quando
serve apenas para
hastear a bandeira do sofrimento.
olhem para mim,
porque eu sofro.
quem não sofre
não chora.
quem não chora
não sofre.
é tudo uma questão de movimentos,
de magnetismo
e de rácios.
rotações, translações,
inversões de polaridade.
voltado para o seu interior,
o individuo possuidor de rotação,
chove.
nas suas órbitas translaccionais
residem aqueles
que sem centro de massa
só vêem chover.
um dia a erosão desgastará os solos,
deixará de haver fronteiras
e as bandeiras não te servirão de nada.
o tempo passa,
os polos invertem-se.
múltiplas vezes.
fodes quem queres,
quem quer que te foda.
aguarda pela atracção que arraste
a tua única rotação.
talvez nesse dia essas órbitas
te façam conhecer o mundo e
te desfaçam
a uma cintura de asteróides.
e,
nesse dia,
as translações às quais
não retribuiste,
os rácios outrora desproporcionais,
não te irão salvar.
porque a rotação,
passará a ser
o seu/meu único
centro.
nesse dia,
talvez hasteie a minha
bandeira.

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