sobre esta patologia que é a vida
padeço de uma sede de sentir.
sentir,
sentir e esconder,
estoicismo emocional,
porque o que sinto,
só a mim me pertence
e nem sempre.
saudade,
esse sentimento,
tão português.
vivo a saudade
quase como um sinónimo de ansiedade.
tenho saudades.
do futuro,
que ainda está por chegar,
é a ele que me tento agarrar.
dos passados alternativos
que agora
não são mais do que
ideais
que me fazem desejar tudo o que não vivi,
tudo o que perdi.
do presente,
nada espero,
nada sinto.
se não
este vazio denso
que me persegue
e me despe,
todas as noites,
para de seguida
renascer,
sem nada mais saber,
sobre a proeza que é sofrer.
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