15 de março de 2017

chego a casa nesta madrugada
que me parece eterna
sem saber para onde decidiu fugir a sensibilidade
pois, independentemente da idade
nem uma palavra mais terna
nem um breve silêncio
ousamos escutar


questiono a morada do tacto,
se sou só eu que,
caminho para casa nesta madrugada
que me parece eterna
a desesperar por diferentes texturas
a desejar reconhece-las toque a toque
milímetro a milímetro,
ser capaz de traçar todos os mapas
somente com as minhas mãos
no fundo dos meus bolsos

venero a vida por camadas,
em diferentes intensidades
de preferência com um toque de loucura e imaturidade,
mas fora de casa nesta madrugada
que me parece eterna
anseio alternância
porque a intensidade do frio já me rachou os ossos
e, como dizem, depois da tempestade vem a bonança,
já é hora do fogo chegar e consumir
o que ainda resta dos destroços.

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