talvez tenha já perdidos,
anos de vida,
com tantas noites ardidas,
com tantos cigarros mal dormidos,
mas nunca antes me senti
tão dissidente,
ainda que voluntariamente,
como, agora, quando nos observo atentamente.
é irrisório
na minha mente
inconsequente
o porquê deste purgatório.
arrancaste-me do meu trajecto,
ainda que incerto,
criaste o nosso dialecto,
para que, agora, com o afecto (re)desperto,
neste impasse,
onde me alheaste à tua espera,
eu não consiga desejar outro desenlace,
para este corpo cansado que te desespera,
em momentos, aleatórios, contraditórios,
de afasia intensa
ora eterna ora efémera.
mas eu deixo-te um segredo,
a razão para não cair no degredo:
estou sempre preparada,
para qualquer fuga antecipada,
o meu modus operandis
é 𝛂 educado, treinado,
𝛃-disfarçado,
encobrindo um ego
estupidamente desgovernado,
cuidadosamente incoerente,
mas delicadamente emancipado.
seja como for,
não me conheço rancor, e
quando a este instante ousares voltar
não esperes nada menos do que encontrar
um amor maior.
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